terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Uma observação inútil

Estou com fome. Acabei de sentir o cheiro do famoso feijão caseiro. A vida está boa. Não tem lição de casa, estou com a minha família fazendo o que eu quero, ouvindo minhas bandas preferidas, posso acordar tarde amanhã, tem Froot Loops de sobremesa, estamos às vésperas do Natal/ano novo. Então por que será que minha felicidade não está completa?

Bem, não pergunte pra mim. Nem eu sei. Na verdade, é uma sensação bem esquisita. Num dia que era pra você estar sorrindo, feliz, você está sentada na frente do computador, com o cenho franzido e a expressão curiosa, perguntando-se o que está faltando.
Mas o que diabos está faltando? Será muita ingratidão de minha parte? Às vezes tenho medo de estar estragando a felicidade dos outros. Todos contentes e sorrindo e, no meio da multidão de dentes alvos, uma cara enigmática, pensativa, ainda tentando encontrar a peça que falta no quebra-cabeças.

Por favor, não leve a mal. Se você já se sentiu assim, então consegue me compreender. Mas, se nunca sentiu, é muita sorte sua. É simplesmente torturante procurar uma resposta para uma pergunta impossível. Procurar algo que não existe. E o pior: tentar entender o por quê de estar procurando. Eu não preciso de nada!
Mas não se engane. Daqui a... hum... duas horas talvez, eu estarei sorrindo afinal, com a nítida sensação de que nada falta. Completa-se então o quebra-cabeça maluco. Estou brava comigo mesma. Será que mais alguém já se sentiu assim?
P.S.: Perdi a fome!

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Tic-tac, tic-tac...


Mmm... Férias.

Er.
Férias.
NÃO, FÉRIAS, NÃO!
Por que é tudo tão rápido? Num dia eu estou fazendo prova de biologia e, no outro, estou de férias!
Quem me conhece sabe que eu não sou assim tão chegada nas férias como você. Gosto de ir à escola, gosto de estudar e rir com meus amigos. É uma pequena loucura que me faz bem. E nas férias sinto falta de tudo a que me acostumaram durante o ano, e isso inclui as apostilas do Etapa, que tanto me fizeram sofrer.
Claro que também gosto um pouquinho desses dois meses de ócio. Afinal, nada melhor que viajar, ler, passear e aproveitar a vida. Adoro ficar com a minha família, numerosa e brincalhona. Isso é algo que eu não costumo abrir mão; a correria do Natal, os presentes do amigo secreto, e a minha parte favorita: a véspera de ano novo.

Não sei porque prezo tanto esse ritual de passagem de ano. São só um ou dois números trocados no calendário, sim, eu sei. Mas é tão emocionante (essa minha mania de expressões "emo" estão ficando preocupantes), ver como a vida passa rápido e a gente nem vê... Saber que você está recebendo uma nova chance de mudar tudo, mudar o que quiser na sua rotina, coisa que só um recomeço no tempo consegue me proporcionar.

Às vezes a gente tem vontade de mudar tudo. Mudar desde o coração empoeirado até o cérebro hiperativo. Mudar de gostos, de manias. Mudar de hábitos, de amigos e de personalidade. Mudar. Reciclar velhos sentimentos, que há muito incomodam, e que às vezes atrapalham (e muito) a vida, em todos os sentidos.

Deve ser legal mudar. Digamos que estou tentando começar. E começar direto pelo meu coração empoeirado. Tirar alguns e colocar outros. Difícil.
Concluindo o inconcluível, boa férias para qualquer tipo de ser que possa estar lendo isso. Se esse texto só chegar nas mãos de alguém quando findarem as férias, espero que elas tenham sido boas pra você. Porque, com certeza, foram boas para mim. É só querer.



domingo, 8 de novembro de 2009

Duas linhas tortas

Já que não pretendo passar o endereço desse blog para ninguém, acho que convém contar aqui um segredo... Ou não?

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Seja solidário: adote uma árvore.


Seus amigos não te levam muito a sério? Nenhuma outra pessoa da sua idade parece ter a mente compatível com a sua? Seus parentes andam muito ocupados? Até o seu cachorro parece estar te rejeitando, ao sair do quarto ganindo baixinho?

Pois a solução é muito simples, meu amigo: adote uma árvore! Além de ser uma ótima ouvinte, ela está sempre lá quando você precisa dela. Sem contar que faz bem para a saúde, claro.

Está sempre feliz com o que tem, vive com o que a natureza lhe dá; e, se você escolher um tipo frondoso de angiosperma, ela poderá até tentar te animar, derramando um de seus frutos aos seus pés.

Agora, falando sério. Escrevi esse texto com o propósito de registrar algo divinamente estranho que ocorreu comigo hoje à tarde, enquanto arrumava a casa.

Era por volta das três e meia quando terminei de lavar a louça, minha última tarefa. Eu me encontrava num incomum estado de "transe" desde a noite de ontem, e não me perguntem o motivo, que nem eu mesma sei. Surgiu do nada. Eu estava feliz e sorridente, e de um minuto para outro tornei-me insossa e desanimada. Triste, não. Apenas desanimada. Como se um dementador tivesse entrado de repente e sugado minhas esperanças.

Limpei a pia, ainda imersa em minha altivez. Sem saber com quem conversar, nem o que fazer, lembro-me vagamente de ter pego o telefone sem fio e descido as escadas até o quintal de minha avó. Não faço ideia de por quê fiz isso, mas fiz. E, ao chegar lá embaixo, foi como se alguém estalasse os dedos e me despertasse. Eu não sabia o que tinha ido fazer ali.

Coloquei o telefone no murinho de pedra e pus-me a acariciar as folhas dos frágeis hortelãs. Passei de planta em planta, parando vez ou outra para estudar os pequenos insetos que ali viviam, até chegar à elegante árvore da minha avó, cujo nome não faço nem idéia. É uma árvore de copa larga, com folhas verde-abacate, e que agora na primavera fica salpicada de pequenos arranjos de três folhas cor-de-rosa. Dentro desses arranjos há sempre três pequenas flores, branco-amareladas. Seu aroma é delicado, e só se sente quando as florzinhas estão quase roçando o nariz.

Observei seu tronco, firme, ramificado na parte superior em alguns cinco ou seis galhos grossos, esses últimos cobertos de grandes acúleos, evitando que felinos a escalem e protegendo seus bem-te-vis. E, enquanto olhava, pensava na vida, e meus problemas iam ficando pequenos, até tornarem-se irrelevantes.

Numa exuberância de sons e cores, posso jurar que a árvore estremeceu, ajudada pelo vento, quando pus-me a subir as escadas para voltar para casa. Lá de cima, das grades, admirei suas folhinhas cor-de-rosa, ainda em brotos, a dançar com a ventania. Com um sorriso, dei as costas para minha nova amiga.

domingo, 13 de setembro de 2009

and when I loose myself I think of you!

A vida é um jogo estranho. Nenhum de nós pediu pra jogar, mas cá estamos. Ninguém sabe ao certo quando, onde e por quê ela foi criada, mas, sem dúvida alguma, ela existe, e a prova disso somos nós: Eu, você, o mato que insiste em crescer nos vãos da calçada... Tudo.

A vida não é fácil. Você aprende isso com o tempo, quando descobre o valor do dinheiro. Quase tudo por aqui é movido por dinheiro. Horror. Sociedade desigual.

Por outro lado, eu jamais renunciaria ao privilégio de poder fazer parte do jogo da vida. Há coisas que me fazem querer viver para sempre. Na verdade, essas coisas compõem 99% da minha vida! E, ah... Como eu as adoro... Difícil mesmo é enumerá-las.

Às vezes há momentos de tristeza, ou solidão. São muito comuns. Às vezes só dá vontade de ficar quieta num canto. E ás vezes nem tem a ver com tristeza; É a pura e simples vontade de ficar com seus pensamentos. E o engraçado é que isso sempre acontece nos piores lugars, tipo na escola, ou numa excursão, quando você está rodeado de amigos; Muitas vezes as pessoas não compreendem a sua ânsia de solidão.

O que fazer? Isso eu nunca descobri. Mas, quando tem realmente a ver com tristeza, o melhor remédio deve ser pensar naquelas coisas que eu julguei inumeráveis, pelo menos tentar se concentrar na maior delas. Sim, você ainda a tem! Essa coisa maravilhosa, que te dá ânimo para levantar da cama no dia mais frio do ano às seis da manhã, te dá vontade de fazer aquela prova de Geografia, te dá a coragem para pular de sky coaster. Porque tudo que é ruim passa, e passa com muito mais facilidade e suavidade se você se lembrar sempre das coisas inumeráveis da sua vida.