quinta-feira, 25 de abril de 2013

Alma sóror

Então um dia eu acordei e decidi ser perfeita; gentil, prestativa, alegre e altruísta. Decidi que ouviria mais os outros, não zombaria de ninguém, nem de brincadeira, seria uma boa aluna, boa filha e boa pessoa, porque eu queria ser igual a uma princesa, e igual a Jesus Cristo. Ele era tão bondoso, eu devia ser bondosa também.

Mas eu era tão pequena, e tão inocente. Hoje, sou ainda tão inocente quanto a pequena eu. E ainda quero ser boa - perfeita, não, nunca mais - mas, céus, é tão difícil! Certas pinceladas da elegância ou das boas maneiras vão contra alguns instintos naturais, que estou experimentando não refrear tão duramente. Às vezes me pego dividida entre o prazer de ser certinha e perfeccionista e o prazer de fazer algo ousado - não errado, apenas atípico. Meu principal escrúpulo é: NÃO MACHUCAR NINGUÉM. Todo o resto está aí, ao alcance das minhas mãos.

O leitor com certeza já se sentiu assim. Até que ponto devemos respeitar os padrões da finesse, e em que medida podemos simplesmente soltar as amarras e... nos permitir? Devemos sobrepor a etiqueta à expressão da nossa essência? Estou experimentando correr o risco de não o fazer, e os resultados têm sido deliciosamente novos.

São as asas se abrindo. O gosto da liberdade. Os hormônios. Ou talvez sejam só gases.

sexta-feira, 19 de abril de 2013

O subconsciente e a necessidade de autoconsolo

Monólogos absolutamente fictícios e genéricos.

1) Foi hilário! Preciso sair mais com as meninas. Nossa, eu contei tudoooo! Elas não espalhariam, né? Meudeus, devia ter falado pra elas não contarem... Mas foi tão engraçado. A vida é mesmo engraçada. (preocupação) Que preguiça de fazer os textos... Bom, eu faço agora, rapidinho, e depois vou jogar. (preocupação crescente) Que bom que ele vem amanhã... Tomara que dê tempo de eu tomar um banho. (preocupação gritante) Mas por que caralhos eu estou preocupada? Ah, é, as meninas. Não, acho que elas não contariam nada, não. Depois eu peço pra elas ficarem na delas. (fim da preocupação)

2) OS TRABALHOS!!!  Merda, sabia que estava esquecendo de alguma coisa... Deixei em cima da mesa! Eu sou muito burra. Acho que não vou aprender nunca. Ai, caramba, se eu pedir pra minha mãe ir buscar, ela vai ficar putíssima. E agora?! (aflição) A última vez que isso aconteceu foi com Filosofia... Eu até anotei no diário. Nunca mais trago esse diário pra escola. Muito perigoso! (aflição diminuindo) Fora que eu nem sou mais como eu era na época em que eu escrevi. Cara, tanta coisa mudou... 
Que bom, porque eu era uma boba. Devo ser ainda, só que menos. (aflição se transforma num sussuro incômodo pra caramba da mente inconsciente) Mas, calma. Até pouco tempo atrás eu estava tão aflita... Mas por que, mesmo? ... A PORRA DOS TRABALHOS!!!

Cada um desses monólogos hipotéticos provavelmente não durou mais de trinta segundos hipotéticos.