quinta-feira, 25 de abril de 2013

Alma sóror

Então um dia eu acordei e decidi ser perfeita; gentil, prestativa, alegre e altruísta. Decidi que ouviria mais os outros, não zombaria de ninguém, nem de brincadeira, seria uma boa aluna, boa filha e boa pessoa, porque eu queria ser igual a uma princesa, e igual a Jesus Cristo. Ele era tão bondoso, eu devia ser bondosa também.

Mas eu era tão pequena, e tão inocente. Hoje, sou ainda tão inocente quanto a pequena eu. E ainda quero ser boa - perfeita, não, nunca mais - mas, céus, é tão difícil! Certas pinceladas da elegância ou das boas maneiras vão contra alguns instintos naturais, que estou experimentando não refrear tão duramente. Às vezes me pego dividida entre o prazer de ser certinha e perfeccionista e o prazer de fazer algo ousado - não errado, apenas atípico. Meu principal escrúpulo é: NÃO MACHUCAR NINGUÉM. Todo o resto está aí, ao alcance das minhas mãos.

O leitor com certeza já se sentiu assim. Até que ponto devemos respeitar os padrões da finesse, e em que medida podemos simplesmente soltar as amarras e... nos permitir? Devemos sobrepor a etiqueta à expressão da nossa essência? Estou experimentando correr o risco de não o fazer, e os resultados têm sido deliciosamente novos.

São as asas se abrindo. O gosto da liberdade. Os hormônios. Ou talvez sejam só gases.

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